Iniciando nossa coluna sobre moda e música, a gente fala sobre o rockabilly! Para contextualizar, eu te conto porque os jovens se interessaram por este movimento artístico.
O rockabilly explodiu nos anos 50 e se conectou com jovens do mundo inteiro. Depois do fim da Segunda Guerra Mundial, na década de 40, o mundo estava em busca de novas formas de viver, com mais liberdade e inovação. Nos Estados Unidos, destacava-se o crescimento econômico, a corrida espacial intensa, a TV a cores se popularizava e o cinema se fortificava.
Dentro deste contexto, o rockabilly surge como um movimento musical, que veio da música country “raiz” conhecida como Hillbilly, dos anos 20, principalmente sul dos Estados Unidos. O estilo se misturou com o blues e o boogie woogie, além de outros ritmos, evoluindo para o rockabilly que conhecemos hoje.
Carl Perkins, considerado um dos pioneiros do rockabilly, foi quem gravou a música “Blue Suede Shoes”, um marco para o desenvolvimento do estilo. Como a nossa ideia aqui é falar de moda e música, não tive como esquecer da tradução desta letra que, de uma forma ou de outra, já fala sobre os “sapatos de camurça azul”. Outros nomes importantes da época são Elvis Presley, Jerry Lee Lewis, Buddy Holly, Johnny Cash, Wanda Jackson e vários outros.
O visual é bem característico. Para os homens lembramos do topete do Elvis, o “ducktail” que era utilizado pelos caminhoneiros da época. Outros acessórios são as jaquetas de couro, suspensórios com camisas brancas, camisas xadrez ou as “western” com detalhes bordados acima dos bolsos. Destaque também para as calças jeans, que eram utilizadas inicialmente pelos mineradores e também entraram na cultura popular. Nos acessórios, eram usados os sapatos creepers e botas. A estilização também conta muito pra identidade de um movimento. As camisetas e calças com as mangas dobrados e lenços estampados usados no pescoço são um exemplo.
O estilo feminino levou o nome de “Pin-up”, fazendo referência às mulheres estampadas nos pôsteres da época. O look era composto por saias, calças de cintura alta e vestidos com estampas de bolinhas, xadrez e detalhes bordados que faziam referência ao Rock, além do cabelo preso com lenços, franjinhas ou rabos-de-cavalo.
Nos anos 70, com o surgimento do punk, o estilo rockabilly reapareceu de uma forma mais agressiva, trazendo outros questionamentos. Muitos movimentos surgem como uma forma de se opor ao que veio antes, ligados à contra-cultura.
Hoje, o rockabilly ainda vive em eventos como a “Viva Las Vegas” e artistas como Alex Turner, do Arctic Monkeys, e Josh Homme, do Queens of the Stone Age, que trazem essas referências estética em suas músicas e apresentações. Amy Winehouse também se inspirou nas pin-ups para criar seu estilo único. Legal mesmo é refletir sobre o legado destes artistas e como os movimentos que surgem de expressões reais, acabam marcando a história e influenciando a moda, dança e o comportamento no geral.
Por Danilo Carpigiani