A autobiografia de Philippe Seabra, intitulada “O cara da Plebe” e lançada em novembro pela editora Belas Letras, possui 624 páginas e oferece um testemunho parcial da expansão do punk rock de Brasília nos anos 1980. Apesar do tom pessoal, o livro preenche uma lacuna, já que nunca houve uma biografia da banda Plebe Rude, apenas um documentário em 2016.
Philippe Seabra, nascido nos Estados Unidos, mudou-se para Brasília aos nove anos em 1976. Influenciado pelo punk rock, ele se tornou parte da geração de roqueiros que formariam bandas icônicas do rock brasileiro, como Aborto Elétrico, Capital Inicial e Legião Urbana, além da própria Plebe Rude.
O livro narra a trajetória de Seabra e da Plebe Rude, desde o combate à censura nos anos 1980 até a convivência com o mercado fonográfico. Philippe dá um testemunho parcial dos eventos, como a reação de Herbert Vianna ao ouvir “Minha Renda” e as gozações feitas com ele próprio.
A autobiografia aborda também os desafios pessoais de Seabra, como a difícil relação com o baterista Gutje Woortmann e o reconhecimento de seu pai após uma operação no coração. A parte final do livro oferece uma análise em perspectiva dos fatos, incluindo a mudança de volta para os Estados Unidos em 1994 e o retorno da carreira no Brasil em 1999.
Hoje com 58 anos, Philippe Seabra continua empenhado em manter vivo o legado da Plebe Rude, ao lado do baixista André Muller, o André X. O livro “O cara da Plebe” contribui para o entendimento da história do rock de Brasília e da ascensão da Plebe Rude.