Se existe uma banda que sabe misturar riffs pesados, atitude e energia para criar um legado no rock goiano, essa é a Overfuzz. Em 2025, o trio chega aos 15 anos de estrada com uma bagagem invejável: participações em importantes festivais nacionais, shows em 10 estados brasileiros (muitos deles dividindo palco com bandas internacionais renomadas) e dois álbuns de estúdio que marcaram a cena independente. Mas o grande marco desse ano é o lançamento de seu terceiro disco de estúdio, pela primeira vez inteiramente em português.
Segundo Bruno Veiga, guitarrista e vocalista da banda, a mudança no idioma foi um desafio prazeroso. “Sempre escrevemos em inglês por comodidade, era nossa zona de conforto. Mas sentimos a necessidade de nos comunicar de forma mais direta com o público. Essa mudança trouxe frescor, sem perder nossa identidade de potência e agressividade.”
A decisão de compor em português não veio de repente. Foi uma transformação natural que começou a tomar forma em 2022, quando a banda voltou aos palcos no pós pandemia e se preparava para criar um novo álbum. A banda também experimentou um processo criativo mais colaborativo, com todos os integrantes — Bruno Veiga, Victor César e Mario Nacife — contribuindo nas composições, nos vocais e nos instrumentos.
Primeiro single e críticas afiadas
Esse ano a Overfuzz começa oficialmente com o lançamento de “Sonho Americano”, primeiro single do disco, que chegou às plataformas digitais agora em janeiro. Inspirada por ícones como Motörhead, Black Sabbath e Autoramas, a faixa traz ironia e rebeldia ao criticar a idolatria pela cultura dos Estados Unidos e a desvalorização da identidade brasileira.
Com muito fuzz, riffs cativantes e um refrão que gruda na cabeça, “Sonho Americano” prova que o português caiu como uma luva para a sonoridade da Overfuzz. Além disso, o single dá o tom do que vem por aí no álbum, que será lançado com apoio do Edital de Fomento à Música 13/2023 do Fundo de Arte e Cultura do Estado de Goiás.
Desde sua formação em 2010, a Overfuzz acumulou conquistas. Seus dois primeiros álbuns — “Bastard Sons Of Rock ‘n’ Roll” (2015) e “Signs Of Reality” (2019) — receberam elogios da crítica, incluindo uma faixa na coletânea “Stone Deaf Forever” da revista inglesa Classic Rock Magazine. O disco de estreia ainda foi listado entre os 50 melhores lançamentos do ano pelo site “Tenho Mais Discos Que Amigos”.
A banda já fez 86 shows em 34 cidades de 10 estados, com performances marcantes em festivais como Bananada, DoSol, Goiânia Noise e muitos outros. Também dividiram palco com nomes como Kadavar, Mudhoney e Vintage Caravan, além de participar do projeto internacional “Rubber Tracks” da Converse.
Mesmo com sua vasta experiência em gravação, a Overfuzz se orgulha de ser uma banda de palco, conhecida por apresentações intensas que misturam suor, cerveja e energia pura. Com 15 anos de história e uma nova fase promissora, a Overfuzz continua a expandir seus horizontes. O novo álbum ainda não tem título revelado, mas já promete ser mais um marco para a banda — e para o rock nacional.
Escuta um trecho do bate papo com o vocalista e guitarrista Bruno Veiga: