O baixista Steve Di Giorgio, membro do Testament, elogiou o Metallica por perpetuar o legado do metal ao lado de bandas como Slayer, Megadeth e Anthrax. No entanto, o músico criticou o impacto do álbum …And Justice for All (1988) no papel do baixo na música pesada durante os anos 1990. Em entrevista ao canal D’Addario and Co., ele afirmou que o disco contribuiu para o apagamento do baixo nas mixagens da época, destacando que a gravação tornou o instrumento de Jason Newsted praticamente inaudível.
Segundo Steve, a falta de destaque do baixo foi amplificada por aquele período e estilo musical. Ele revelou que essa tendência o motivou a tocar de forma mais expressiva, buscando trazer o instrumento de volta à relevância nas mixagens. Em outra entrevista, à revista Bassplayer em 2012, o músico defendeu a importância do baixo, citando clássicos de Ozzy Osbourne, Rainbow, Black Sabbath e Iron Maiden como exemplos em que o instrumento é fundamental para a identidade das músicas.
“Lars e James eram a dupla original da banda ainda nos tempos de garagem. Eles sempre fizeram as gravações dessa maneira, desde (a demo de 1982) ‘No Life ‘Til Leather‘, eram Lars e James, guitarra e bateria. Na fita original, há a caligrafia de Lars, em caneta de tinta, na embalagem, dizendo: ‘abaixe o baixo no estéreo’. Já naquela época!”
Jason Newsted, baixista do Metallica na época, também expressou insatisfação com o resultado de …And Justice for All. Em uma entrevista de 2021 à Metal Hammer, ele revelou ter ficado revoltado inicialmente, mas defendeu a abordagem sonora de James Hetfield e Lars Ulrich, explicando que a escolha refletia o estilo da dupla desde os primórdios da banda.
“Aconteceu gradualmente, ao longo de um curto período de tempo, mas, de repente, os baixistas simplesmente não estavam mais sustentando sua parte na banda. Odeio soar tão convencido, mas eram simplesmente baixistas muito ruins. Talvez fossem bons músicos, mas o que eles traziam para as gravações simplesmente não era bom o suficiente e acabavam sendo apagados […]. E isso é uma droga, porque todos nós fomos influenciados pelos mesmos baixistas de hard rock e metal dos primórdios. Você consegue imaginar tirar a linha de baixo de qualquer música do ‘Blizzard of Ozz’ [álbum de Ozzy Osbourne] ou de qualquer coisa do Rainbow, Black Sabbath ou Iron Maiden? Se você remover o baixo de qualquer uma dessas músicas, você sequer a reconheceria? Led Zeppelin, tantas bandas… O baixo não está apenas segurando a base, ele está criando uma parte essencial da música.”