Gary Lightbody, vocalista da banda Snow Patrol, falou abertamente sobre como a perda de seu pai, Jack, em dezembro de 2019, transformou sua vida. O pai de Lightbody, que sofria de demência, faleceu em uma casa de repouso, deixando o cantor “paralisado por um ano”. A experiência dolorosa resultou no livro The Forest is the Path, onde ele explora a dor e o amor que conectam o luto.
“Eu não estava escrevendo pensando que as pessoas iriam ler, eu estava escrevendo para mim mesmo”, explicou Lightbody, destacando que o processo de colocar as emoções no papel foi profundamente terapêutico. Ao compartilhar o material com amigos, descobriu que cada jornada de luto é única, mas todas têm o amor como ponto de partida. “Você não pode lamentar a morte de alguém sem tê-lo amado em primeiro lugar”, refletiu.
O livro registra memórias do dia em que seu pai faleceu, misturadas à culpa que o cantor sentiu por estar ausente durante os últimos anos de declínio cognitivo e doença de Jack. “Eu nunca imaginei isso acontecendo. Mesmo quando ele tinha demência, eu me recusava a acreditar. Talvez tenha sido isso que causou a dormência em primeiro lugar”, desabafou Lightbody, que ao final viu o luto como uma tocha passada para si, assumindo a posição de “homem da família”.
A experiência de escrever o livro também foi marcada pela transformação pessoal de Lightbody, que superou uma luta de anos contra depressão, abuso de drogas e álcool. Desde 2016, após problemas de saúde relacionados ao consumo excessivo, ele adotou a sobriedade e passou a se concentrar na saúde mental. “Agora sinto que estou acordado e presente. Me sinto muito mais forte por isso”, disse ele.
O livro complementa o último álbum da Snow Patrol, que também leva o título The Forest is the Path, lançado no ano passado. Embora não seja necessário ler o livro para compreender o álbum, Lightbody acredita que ambos se conectam profundamente. “Ouvi-lo pode ajudar algumas partes do livro a fazer sentido”, explicou.
Por meio dessa obra, o vocalista espera que sua experiência inspire outras pessoas que também enfrentam o luto. “Caso outra pessoa tenha passado por isso e se sentisse como eu, como se estivesse quebrada, quis expor isso ao mundo, mesmo que fosse apenas em um cartão com capa estendida”, concluiu.
