O heavy metal conta com todos os tipos de pessoas entre seus fãs e artistas, inclusive em relação à orientação política. Ainda assim, o estilo ganhou fama de “reaça” nos últimos anos. Todavia, para Andreas Kisser, a presença de pessoas com ideais conservadores na cena não é exatamente um problema.
Em entrevista ao programa “No Tom”, do canal Splash Uol no YouTube, o guitarrista do Sepultura citou exemplos de músicos que ele admira e que são abertamente de direita. Na visão de Andreas, não é obrigatório que fãs e músicos de heavy metal tenham que se encaixar em determinado espectro político.
“O mundo está dividido. Quando você escolhe uma profissão, não vem uma orientação política junto. No rock que eu escuto até hoje, os caras são mó ‘reaças’: James Hetfield [frontman do Metallica], o guitarrista do Deftones [Stephen Carpenter], o guitarrista do Ramones [Johnny Ramone], Tom Araya do Slayer. É o que é,” afirmou Andreas.
Andreas define-se como crítico a extremismos em geral e acredita que a polarização prejudica o avanço do país. Ele também cita pautas que considera importantes e que seguem “empacadas” no legislativo brasileiro, como a legalização da maconha, eutanásia e aborto.
O líder do Sepultura sugeriu um modelo parecido com o dos Estados Unidos na forma de legislar. “O Brasil poderia ser igual aos Estados Unidos no sentido de cada estado ter autonomia. Como se faz lá? Legaliza maconha na Califórnia, no Oregon e no Colorado. Na Califórnia você tem certos números, estatística, estudos. No Colorado funcionou isso, mas na Califórnia funcionou um pouco diferente. Aí Nova Iorque vai querer legalizar agora, então já tem um estudo,” comentou Andreas.
Despedida do Sepultura
Andreas Kisser e o Sepultura voltam à estrada em março, dando continuidade à turnê de despedida da banda, “Celebrating Life Through Death”. O giro será retomado pela América Central e América do Sul — incluindo 4 shows no Brasil — antes de seguir para a Europa.