“Yer Blues”, lançada no “White Album” de 1968, é uma das músicas mais únicas e intensas dos Beatles, especialmente por sua conexão com o Blues e a introdução de uma sonoridade pesada que mais tarde seria vista no Grunge. Escrita por John Lennon durante o retiro do grupo na Índia, a faixa reflete seu sentimento de isolamento e suas inseguranças, com uma letra que expressa vulnerabilidade profunda, como quando Lennon canta “Estou tão sozinho que quero morrer”.
A música mistura uma homenagem ao Blues com uma ironia de Lennon sobre as bandas britânicas que tentavam recriar o estilo, além de incluir referências a ícones como Bob Dylan e Robert Johnson. Musicalmente, a canção é um marco do Blues britânico com toques de rock pesado e solos intensos, uma sonoridade que prefigurava o que viria a ser o Grunge décadas depois.
Gravada de maneira improvisada e crua, a faixa foi registrada em um pequeno anexo do Estúdio Dois da EMI, criando um ambiente de gravação quase “enlatado”. Paul McCartney relembra a atmosfera claustrofóbica como uma forma de capturar a energia da banda, que tocou a música ao vivo. Para Ringo Starr, o processo de gravação foi uma volta às origens do grupo, e ele comparou a faixa ao Grunge Rock dos anos 60, destacando a intensidade e união do quarteto. “Yer Blues” não só marcou uma era, mas também antecipou a sonoridade que definiria o rock nas décadas seguintes.
